Conflito e resistência: a luta pela agroecologia
Por Camila Nobrega De Juazeiro, Bahia. À beira do Velho Chico, a cidade de Juazeiro da Bahia – sim, aquela que dividiu o coração de Gonzagão com a vizinha Petrolina em uma canção eternizada na voz do rei baião –foi a capital de uma luta difícil, que afeta a vida de todos os brasileiros, sem distinção de raça, credo, idade, região ou gênero: o direito à alimentação saudável. Cerca de duas mil pessoas estiveram reunidas no município, maior aglomerado urbano do semiárido, para debater e conhecer experiências de produção de alimentos diversificada e sem agrotóxicos por pequenos agricultores de diferentes regiões do país. A esse movimento se dá o nome de agroecologia, ainda pouco conhecida, mas na qual trabalham milhares de pessoas em todo o país. Parte delas esteve na Bahia neste momento para o III Encontro Nacional de Agroecologia. Alguns enfrentaram longas viagens – longas mesmo -, como Luciomar Monteiro, que levou quase 80 horas em um ônibus, desde seu município, Ariquema, em Rondônia. O agricultor viajou com outras 39 pessoas, levando na …