Author: admin

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Modos de produzir, viver e comer

    Em 2015, o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN) iniciou a campanha Comida é Patrimônio nas redes sociais. No decorrer do ano, desdobrou-se em oficinas criativas e uma exposição itinerante, com passagens pelo Rio de Janeiro, Brasília e Buenos Aires, na Argentina. Para comunicar a ideia de que a alimentação é um bem comum a ser preservado – pela agrobiodiversidade, sociabilidade, pelo saber-fazer culinário e pelas representações simbólicas – a campanha foi desenvolvida em quatro eixos: comida é bem material e imaterial; comida é afeto, identidade e memória; comida é diálogo de saberes; e modos de viver, produzir e comer (link dos artigos). Para cada eixo, apresentamos um artigo que, junto com os pensamentos-pimenta, tem a proposta de engajar pessoas para pensar sobre os sistemas alimentares tradicionais, enraizados nas culturas e nos saberes de povos e comunidades. Neste quarto e último artigo da campanha trataremos o eixo modos de viver, produzir e comer. De acordo com a carta política do FBSSAN, é urgente enfrentar as contradições brasileiras no campo …

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Diálogos para um novo modelo de democracia na América Latina

Entre os dias 21 e 22 de novembro, representantes de movimentos sociais América Latina se reuniram em Buenos Aires para o seminário Avanços e Desafios das Políticas Públicas da região do Mercosul – a importância da participação dos movimentos sociais na construção do seu sentido emancipatório. O evento é organizado pelo Programa Mercosul Social e Solidário (PMSS), que reúne 16 organizações da sociedade civil da Argpolentina, Chile, Paraguai e Uruguai. O Brasil é representado pelo Centro de Ação Comunitária (CEDAC), integrante da coordenação regional do programa. À frente do CEDAC está Rosa Maria Alvarenga, também presidente do Conselho Segurança Alimentar e Nutricional do Estado do Rio de Janeiro (Consea-RJ). O Mercosul Social e Solidário foi criado em 2004, tendo como objetivo a integração social regional. Assim, busca valorizar e sistematizar a contribuição das organizações e movimentos sociais, que lutam para favorecer processos democráticos em relação aos direitos econômicos, sociais, políticos e culturais. O programa atua em quatro eixos: juventude, mulheres, soberania alimentar e economia solidária. O Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional …

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CNSAN encerra com carta política e homenagens à presidenta do Consea

A quinta Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN) terminou nesta sexta-feira, dia 06, com a leitura da carta política “Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar”. O documento foi construído com a participação de 1.300 delegadas e delegados de todas as partes do Brasil, além de 400 convidados nacionais e internacionais. De acordo com a carta, a comida de verdade é a  salvaguarda da vida e do planeta, é saúde, justiça socioambiental e direito humano. Começa com o aleitamento materno e deve ser assegurada em todo o ciclo de vida. Dentre as reinvindicações está a reafirmação da necessidade de democratizar o acesso à terra e à água, por intermédio da garantia da função social da terra e da instituição do limite da propriedade privada. O grupo demanda a implementação ampla e efetiva da política de reforma agrária. Outros pontos apontados na carta é a ampliação das políticas de fortalecimento da sociobiodiversidade e agroecologia; e a instituição de uma política soberana de abastecimento alimentar, com democratização dos sistemas de …

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Ministra Kátia Abreu: “preconceito” só quando não existe evidência científica

A entrevista concedida à revista Época Negócios pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Kátia Abreu, chamou atenção pelo fato de nomear os agrotóxicos de agroquímicos. Ela sugeriu que que “há uma campanha muito organizada” contra a utilização do uso de venenos nas lavouras. De acordo com a ministra, “só venceremos preconceito contra agroquímicos se nos unirmos à ciência”. Para Leonardo Melgarejo, engenheiro agrônomo e ex-integrante da CTNBio (Comissão de Tecnologia Nacional de Biotecnologia), a ministra usou uma expressão equivocada e mal planejada no seu discurso com respeito aos agrotóxicos. “Quando Kátia fala que nós temos preconceito com relação a esses venenos, ela está esquecendo o fato de que preconceito é um conceito formado com antecedência ao conhecimento dos fatos. Temos 50 anos de evidência dos danos que os agrotóxicos causam à saúde”, afirma. Melgarejo aponta que não se trata de preconceito em relação ao uso do termo agrotóxicos. Mas sim de informação consolidada pela evidência, pelo acumulo de conhecimento científico. “Ela distorce o fato ao querer transformar a expressão agrotóxico em agroquímico ou …

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Em favor da soberania: do conhecimento, das sementes e dos alimentos

  “A democracia está a seu favor. Comida de verdade é feita por pessoas de verdade que têm necessidades reais”. Esse foi o tom da palestra proferida pela ativista indiana Vandana Shiva, ovacionada durante a quinta Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN). Há 30 anos à frente de projetos com agricultores familiares na Índia, ela afirma que a agricultura industrial não cuida da nutrição do solo, ao contrário, rouba seus nutrientes. “Cerca de 75% dos solo no mundo está degradado”.  Esse modelo agrícola tem origem na guerra. Os produtos químicos usados como gás venenoso e nervoso para matar pessoas passaram a ser utilizados na agricultura como agrotóxicos. As corporações que traziam toxinas, agora trazem venenos e doenças, conforme sinaliza Vandana. Em decorrência desse sistema, o qual ela considera “exterminador”, a nutrição é roubada na sua diversidade, ao reduzir o número de espécies cultivadas. Mais de dez mil cultivares foram substituídos por trigo, milho, soja, algodão transgênicos. Vandana avalia que a introdução das sementes geneticamente modificadas ampliaram as chances de lucro das empresas que …